Lucielly Melo
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) formou a maioria dos votos para derrubar a decisão que cassou o deputado federal Neri Geller e o declarou inelegível por oito anos.
O caso é julgado em sessão virtual que se encerra nesta sexta-feira (15).
Até o momento, os ministros Alexandre de Moraes, Nunes Marques, Ramos Tavares e Floriano de Azevedo Marques acompanharam o relator, Raul Araújo, para darem provimento aos embargos de declaração propostos pela defesa de Geller.
Ainda devem votar as ministras Cármen Lúcia e Isabel Gallotti.
Entenda o caso
Em agosto de 2022, Neri Geller teve o mandato cassado pelo TSE por abuso de poder econômico e arrecadação ilícita de recursos.
O relator do processo na época, o ministro Mauro Campbell, entendeu que a investigação do Ministério Público Eleitoral indicou que houve “triangulação” da arrecadação de recursos durante a campanha eleitoral em 2018.
De acordo com o MP, o parlamentar usou R$ 1,43 milhão para comprar apoio político nas eleições de 2018.
Em seu parecer, o então vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco, citou a quebra de sigilo bancário autorizada pela Justiça que revelou que houve uma triangulação financeira, na qual Geller recebeu na campanha política cerca de R$ 1,8 milhão de empresas, entre elas a Bunge Alimentos S/A e Mutum Indústrias. Os valores foram transferidos à conta bancária de seu filho, Marcelo Geller.
Geller teria usado parte dos valores para doar a 11 candidatos a deputado estadual, inclusive a concorrentes de partidos opostos, como Wilson Santos e Ondanir Bortolini, que venceram o pleito.