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07 de Maio de 2024

Administrativo Quinta-feira, 11 de Abril de 2024, 16:48 - A | A

11 de Abril de 2024, 16h:48 - A | A

Administrativo / MUTIRÃO PENAL

Reeducandos comprovam emprego fixo e progridem de pena

O evento, que vai até sexta-feira (12), visa atender cerca de 200 pessoas que estão no regime semiaberto e já têm os requisitos necessários para progredir para o regime aberto, ou seja, sem uso de tornozeleira eletrônica

Da Redação



O Mutirão da Execução Penal ‘Vulnerabilidades em Foco’, realizado nesta quinta-feira (11), concedeu o benefício de progressão de pena a reeducandos, que saíram do regime semiaberto para o aberto, após comprovarem pelo menos seis meses de emprego fixo.

O evento foi promovido pela Segunda Vara Criminal da Capital em parceria com o Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo (GMF-MT) e a Fundação Noiva Chance (Funac).

O mutirão, que vai até sexta-feira (12), visa atender cerca de 200 pessoas que estão no regime semiaberto e já têm os requisitos necessários para progredir para o regime aberto, ou seja, sem uso de tornozeleira eletrônica.

Na ocasião, os juízes Geraldo Fidelis e Célia Regina Vidotti, promotores de justiça e defensores públicos deixam o Fórum e levam as audiências até o Escritório Social, com o objetivo de ampliar e dar celeridade aos processos.

Conforme o juiz titular da Segunda Vara Criminal da Capital, Geraldo Fidelis, a iniciativa é uma forma de combate ao crime e mostra que “é importante investir em pessoas que querem recriar suas vidas com trabalho, com estudo, uma nova vida realmente”.

O magistrado explicou ainda que o mutirão também atende aos apenados que vivem em situação de rua, que são contemplados pela Resolução 425/2021 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que institui a Política Nacional Judicial de Atenção a Pessoas em Situação de Rua. Dentre as medidas previstas nessa política, está a extinção da aplicação de multa, devido à situação de extrema vulnerabilidade socioeconômica do cidadão; bem como a não determinação de uso de tornozeleira eletrônica, pelo fato de não terem onde fazer o carregamento do aparelho.

Em relação a essa forma de cumprimento de pena, o juiz destacou o aspecto estigmatizante, que não contribui para a ressocialização.

“A tornozeleira separa e faz o controle de maneira estigmatizante. Qualquer um de nós, se sentando no banco de um ônibus, vê uma pessoa com tornozeleira ao lado, levanta com medo. Passeando num shopping, se a gente vê uma pessoa tornozelada, já fica olhando com olho torto. Então causa estigma. E aqui são pessoas que eventualmente erraram no passado, consertaram suas vidas, já estão trabalhando há tempos, então essas pessoas terão a oportunidade de retirar a tornozeleira e o controle está sendo feito todos os dias, vida”, explicou.

O presidente da Fundação Nova Chance, Winkler de Freitas, disse que todas as pessoas atendidas no mutirão são vinculadas à autarquia estadual. Ele informou ainda que a Funac conta atualmente com 240 termos de cooperação em todo o estado de Mato Grosso, tanto em prefeituras, empresas privadas e secretarias de Estado, que abrem vagas de emprego para os egressos do sistema penitenciário que buscam se reinserir na sociedade. “Hoje são 22 secretarias parceiras, como Sema, Setasc, Sepalg, SESP, CGE, PGE, Empaer, Detran... São vários órgãos que estão vinculados à Fundação Nova Chance. Estamos trabalhando a questão da empregabilidade, onde a pessoa vinculada ganha um salário mínimo”, afirmou.

De acordo com Beatriz de Fátima Dziobat, coordenadora do Escritório Social de Cuiabá, somente são encaminhadas para os postos de trabalho as pessoas realmente preparadas e que tenham obtido esse direito no julgamento de sua progressão de pena.

“A gente só encaminha para o trabalho aquelas pessoas que já estão aptas a trabalhar, quando a gente já adequou o perfil dela à vaga de trabalho para que a gente tenha sucesso e reconstrua a vida dela. As pessoas que estão aqui conosco são as que estão tentando voltar à sociedade, são pessoas que realmente trabalham e comprovam com a folha de ponto. As pessoas que não querem, não estão aqui. Para essas existem as unidades penais e estamos também tentando resgatar, mas aqui temos esse cuidado de acompanhar de perto o dia a dia dessas pessoas”, relatou. (Com informações da Assessoria do TJMT)