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Penal Quarta-feira, 21 de Agosto de 2019, 17:20 - A | A

21 de Agosto de 2019, 17h:20 - A | A

Penal / NOVA DERROTA

TJ não estende benefício e Arcanjo segue preso por comandar jogo do bicho

Por maioria, a Terceira Câmara Criminal do TJ entendeu que Arcanjo não está na mesma situação que seu genro, Giovanni Zem, e, por isso, não deve ser beneficiado com a revogação da prisão preventiva

Lucielly Melo



A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) manteve a prisão preventiva decretada contra o ex-comendador João Arcanjo Ribeiro, suspeito de voltar a comandar o jogo do bicho no estado.

A defesa protocolou pedido de extensão do habeas corpus do genro de Arcanjo, Giovanni Zem Rodrigues, mas foi monocraticamente indeferido pelo relator do caso, desembargador Rui Ramos.

A defesa recorreu no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que negou o recurso e mandou a câmara julgadora analisar o pedido.

Na sessão de julgamento desta quarta-feira (21), Rui Ramos trouxe o caso para ser examinado. Ele reforçou seu entendimento para manter a prisão do ex-bicheiro, por entender que a situação dele não é idêntica à de seu genro, já que ele possui antecedentes criminais, enquanto Giovanni é réu primário. Por isso, o benefício não pode ser estendido.

O desembargador Gilberto Giraldelli seguiu o relator. Já Juvenal Pereira, presidente da câmara julgadora, votou para soltar Arcanjo, entretanto, teve o voto vencido.

Operação Mantus

A Operação Mantus foi deflagrada no último dia 29 de junho, quando levou à prisão o ex-comendador João Arcanjo Ribeiro, seu genro Giovanni Zem Rodrigues e Frederico Muller Coutinho, por suposto envolvimento no jogo do bicho em Mato Grosso.

Na ocasião, o Gaeco cumpriu, ao todo, 63 ordens judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.

Foram decretados ainda os bloqueios de contas e investimentos em nome dos investigados, bem como houve o sequestro de ao menos três prédios vinculados aos crimes investigados

As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas: a Colibri, supostamente liderada por Arcanjo e a segunda, denominada ELLO/FMC, comandada por Frederico Muller. As duas comandavam o jogo do bicho em Mato Grosso e teriam movimentado em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões.

Durante as apurações, foi identificada uma acirrada disputa de espaço pelas organizações, havendo situações de extorsão mediante sequestro praticada com o objetivo de manter o controle da jogatina em algumas cidades.

Também foram identificadas remessas de valores para o exterior, com o recolhimento de impostos para não levantar suspeitas das autoridades.

Denúncias

O Ministério Público ofereceu duas denúncias contra os membros das organizações criminosas.

Na primeira denúncia, 14 pessoas, entre elas João Arcanjo Ribeiro e seu genro, Giovanni Zem Rodrigues vão responder pelos crimes de organização criminosa, contravenção penal do jogo do bicho, extorsão, extorsão mediante sequestro e lavagem de dinheiro.

Além dos dois também foram denunciados Noroel Braz da Costa Filho, Mariano Oliveira da Silva, Adelmar Ferreira Lopes, Sebastião Francisco da Silva, Marcelo Gomes Honorato, Agnaldo Gomes de Azevedo, Paulo César Martins, Breno César Martins, Bruno César Aristides Martins, Augusto Matias Cruz, José Carlos de Freitas, vulgo “Freitas” e Valcenir Nunes Inerio, conhecido como “Bateco”.

Já a segunda denúncia, referente à organização ELLO/FMC, abrange 19 pessoas. Frederico Müller Coutinho, Dennis Rodrigues Vasconcelos, Indinéia Moraes Silva, Kátia Mara Ferreira Dorileo, Madeleinne Geremias de Barros, Glaison Roberto Almeida da Cruz, Werechi Maganha dos Santos, Edson Nobuo Yabumoto, Laender dos Santos Andrade, Patrícia Moreira Santana, Bruno Almeida dos Reis, Alexsandro Correia, Rosalvo Ramos de Oliveira, Eduardo Coutinho Gomes, Marcelo Conceição Pereira, Haroldo Clementino Souza, João Henrique Sales de Souza, Ronaldo Guilherme Lisboa dos Santos e Adrielli Marques vão responder pelos crimes de organização criminosa, contravenção penal do jogo do bicho e lavagem de dinheiro.