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Penal Segunda-feira, 09 de Setembro de 2019, 11:07 - A | A

09 de Setembro de 2019, 11h:07 - A | A

Penal / AÇÃO DA OPERAÇÃO BÔNUS

‘Ex-braço direito’ de Savi tenta retirar cautelares; desembargador vai decidir

O empresário Claudemir Pereira dos Santos é o único que ainda cumpre medidas cautelares diversas da prisão, já que os demais investigados conseguiram revogar parte das obrigações impostas

Lucielly Melo



O empresário Claudemir Pereira dos Santos, réu na ação penal oriunda da Operação Bônus, protocolou no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) um pedido para a retirada das medidas cautelares impostas à ele.

Conforme o andamento do processo penal, o pedido foi ajuizado no último dia 3 e deve ser analisado pelo desembargador José Zuquim, que é o relator do caso.

Claudemir é o único que ainda cumpre todas medidas cautelares determinadas pela Justiça assim que teve a prisão preventiva revogada.

Recentemente, o magistrado atendeu pedidos das defesas dos demais investigados e retirou as ordens que impediam o ex-deputado estadual Mauro Savi, o empresário Roque Anildo Reinheimer e os irmãos Paulo e Pedro Jorge Taques de saírem de suas residências no período noturno e nos finais de semana e feriados, assim como eles deixaram de ser obrigados a comparecer mensalmente ao juízo para justificar suas atividades.

Entretanto, eles ainda continuam proibidos de fazerem viagem internacional e devem comparecer a todos os atos processuais.

O caso

Claudemir, conhecido como “Grilo”, é acusado de ser membro da suposta organização criminosa que teria instalado esquema de propinas no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT), que gerou o rombo de R$ 30 milhões.

Ele chegou a ser preso durante a Operação Bônus, segunda fase da Bereré, deflagrada em maio do ano passado.

Na época, foram alvos detidos: o então deputado estadual, Mauro Savi, o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques e seu irmão Pedro Jorge Taques, os empresários Roque Anildo Reinheimer e José Kobori, além Claudemir Pereira dos Santos.

Segundo as investigações, eles efetivaram os desvios por meio da empresa EIG Mercados, que era responsável por registrar contratos de financiamento de veículos.

Claudemir, conforme a denúncia, era o “braço direito” do ex-deputado Mauro Savi, já que era Claudemir quem recebia o dinheiro da propina direcionado ao ex-parlamentar, a fim de ocultar a participação de Savi no esquema.

De acordo com o Ministério Público, ao receber a propina, Grilo emitia cheques que eram utilizados para pagamentos pessoais de Savi. Esses documentos circulavam até que alguém, sem ter conhecimento da origem do dinheiro, tenha recebido o título em decorrência de algum negócio jurídico lícito, fazia desconto dele.

Outra forma de esconder o envolvimento do deputado, segundo o órgão ministerial, seria a entrega dos cheques para que uma pessoa de confiança realizasse o saque e efetuasse a devolução do valor em espécie à Savi.

Ainda consta nos autos que Claudemir teria recebido o montante de R$ 750 mil, em nome de Savi, como contribuição para campanha eleitoral.