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Penal Sábado, 07 de Março de 2020, 08:03 - A | A

07 de Março de 2020, 08h:03 - A | A

Penal / ESQUEMA NA SEFAZ

Delator, advogado deve apresentar documentação que comprove fatos citados em delação

Themystocles Ney de Azevedo de Figueiredo deve anexar os documentos que tratam do suposto esquema de fraudes na Sefaz, que favoreceu a empresa Caramuru Alimentos S.A.

Lucielly Melo



A juíza Ana Cristina Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, intimou o advogado Themystocles Ney de Azevedo de Figueiredo para apresentar os documentos que atestam o depoimento prestado em sua delação premiada nos autos da Operação Zaqueus.

O processo, que tramita em segredo de Justiça, apura suposto esquema fraudes contra o fisco engendrado na Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) para beneficiar a empresa Caramuru Alimentos S.A.

A decisão da magistrada foi proferida em dezembro passado, mas só foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) que circulou no último dia 4.

Foi a defesa do agente tributário André Neves Fantoni, réu na ação, que pediu que o delator fosse obrigado a apresentar a documentação, que trata de um termo de confissão de dívida.

A juíza averiguou que no acordo de colaboração premiada, de fato, Themystocles se comprometeu a entregar todo o material que possui para auxiliar as investigações.

“Intime-se o delator Themystocles Ney de Azevedo de Figueiredo para que, no prazo de 10 (dez) dias, apresente o documento requerido e demais que sejam de interesse dos fatos apurados nesta Ação Penal, ou justifique a impossibilidade de trazê-los”, decidiu a magistrada.

Alegações finais

Após a juntada dos documentos, a juíza determinou que as partes do processo sejam intimadas para apresentarem as alegações finais.

Operação Zaqueus

Deflagrada em maio de 2017, a Operação Zaqueus teve entre os alvos os agentes tributários André Neves Fantoni, Alfredo Menezes de Mattos Junior e Farley Coelho Moutinho; os advogados Sandra Mara de Almeida e Themystocles Ney de Azevedo de Figueiredo e os representantes da empresa Caramuru, Walter de Souza Júnior e Alberto Borges de Souza.

Eles são acusados de beneficiarem a empresa Caramuru no julgamento de processos administrativos tributários, resultando em pagamentos a título de propina que atingiram o valor de R$ 2 milhões, segundo o órgão ministerial.

Os servidores que participaram do esquema respondem pelo crime de associação criminosa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e fraude processual. André Neves Fantoni ainda foi denunciado por coação do processo e estelionato.

Já Walter de Souza Júnior responde por corrupção passiva, fraude processual, estelionato e lavagem de dinheiro. O empresário Alberto Borges de Souza, que também representa a Caramuru foi denunciado por lavagem de dinheiro.

A advogada Sandra Mara de Almeida foi denunciada por corrupção passiva e estelionato e Themystocles (colaborador) responde por lavagem de dinheiro.

LEIA ABAIXO A DECISÃO: