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Penal Quinta-feira, 15 de Fevereiro de 2018, 15:00 - A | A

15 de Fevereiro de 2018, 15h:00 - A | A

Penal / investigado no STF

PF diz que há indícios suficientes de que Maggi atuou para embaraçar a Ararath

O relatório da PF traz que as constatações decorrentes do material apreendido durante as buscas envolvendo o ministro são harmônicas com as informações prestadas pelos colaboradores

Antonielle Costa



A Polícia Federal concluiu, em relatório parcial, pela existência de “indícios suficientes e aptos a justificar a continuidade e aprofundamento das investigações em relação a conduta de Blairo Borges Maggi”, após a deflagração da Operação Malebolge, em setembro do ano passado.

O ministro da Agricultura é acusado de "embaraço a investigação de infração penal envolvendo organização criminosa e corrupção de testemunha" juntamente com mais sete pessoas, no bojo de um inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

O relatório da PF traz que as constatações decorrentes do material apreendido durante as buscas envolvendo o ministro são harmônicas com as informações prestadas pelos colaboradores, neste caso, o ex-governador Silval Barbosa e seu ex-chefe de gabinete, Silvio César.

Em suas delações, Silval e Silvio afirmaram que Maggi juntamente com o primeiro colaborador teriam pagado a quantia de R$ 6 milhões ao ex-secretário de Estado, Éder Moraes Dias, no ano de 2014, a fim de que este se retratasse dos depoimentos que prestou perante o Ministério Público de Mato Grosso no início do mesmo ano.

Silval revelou que sua parte foi paga com recursos oriundos de propina paga pela empresa Três Irmãos Engenharia. Já de Maggi por um empresário.

“Nesse contexto, foi realizada a análise de parte dos documentos apreendidos nas sedes das empresas do grupo, a qual se encontra consubstanciada nos Relatórios de Análise 005/2017 e 008/2017- GT/ARARATH/SR/PF/MT, os quais, em razão da pertinência com o Caso I, foram juntados a estes autos. Nos documentos acima, foram constatadas operações suspeitas que devem ser aprofundadas e que também são consentâneas com o contexto apresentado pelo ex-governador Silval Barbosa”, diz um trecho do relatório.

Novas diligências

A Polícia Federal enfatizou no relatório a necessidade de realização de novas diligências a apurar os demais eventos descritos no inquérito no Caso I, entre elas, novas perícias nos celulares apreendidos com Maggi diante da “identificação de indicativos de que conversas de aplicativo de troca de mensagens (whatsapp) podem ter sido apagados pelo investigado”.

Se tal fato for comprovado o ministro pode responder novamente pelo crime de embaraço a investigação.

Sendo assim, a PF requereu a prorrogação do prazo do inquérito ou desmembramento do feito. O pedido é datado de 10 de janeiro.

Demais envolvidos

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR) também estão envolvido neste caso: o senador José Aparecido dos Santos (Cidinho), Silval Barbosa, Silvio César, Carlos Avalone, Celson Bezerra, Éder de Moraes Dias e Gustavo Capilé.

Operação

A Polícia Federal deflagrou em setembro do ano passado a Operação Malebolge (12ª fase da Ararath), que teve como objetivo cumprir mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal em 64 endereços, após a delação do ex-governador Silval Barbosa.

Dentre os investigados estão o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), deputados estaduais, empresários e conselheiros do Tribunal de Contas do Mato Grosso (TCE-MT).